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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pelo dia da consciência branca

    Sou neto de gente simples que trabalhava muito e ganhava pouco e sempre arranjava algo mais em que pudesse ganhar um pouco mais para dar aos filhos o estudo que jamais tiveram. Minha mãe também separada, com dois filhos para criar e pagando aluguel também precisou batalhar muito para que os filhos pudessem ir mais longe do que ela própria teve condições.
    Sim, sou branco mas não fui criado comendo lagosta e caviar. Estudei em escola pública no primeiro e segundo graus e mesmo tendo sido bom aluno a minha vida toda não consegui entrar em nenhuma universidade pública e tive de trabalhar e estudar para conseguir uma graduação 'na escola que a grana pôde pagar'.
    Ainda que nada tenha vindo fácil já fui tratado como se tivesse vindo de uma família tradicional de escravocratas ricos por quem julgando lutar contra preconceitos cuspiu que todo branco tem como 'pecado original' ter tido escravos.
    Se há vinte anos atrás não fazia a menor diferença entre um negro e eu hoje sou obrigado a ver um movimento negro em nome de uma luta contra o preconceito pré-julgar que é mais coitado do que eu apenas por sua cor da pele reivindicar vantagens por uma pretensa igualdade.
    E antes que alguém porventura queira traçar algum paralelo com a comunidade gay, vale lembrar que todo o direito que eles reivindicam é por analogia aos heterossexuais e nada além, seja o casamento, seja o direito de manifestação de afeto.
    Que triste fim, caber aos brancos lutar para que neste apartheid pedido pelos negros o Estado não esqueça de nós, pobres brancos.
    Pelo dia da consciência branca!

Evandro Veloso Gomes



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