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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Presidio - Escola do crime??

Como já ouvi uma vez estatística é a arte de torturar números até que eles digam o que você quer. A Veja porém elevou isso à níveis estratosféricos nesta semana.
Em uma curta reportagem afirmou aquilo que tem virado clichê no meio jornalístico brasileiro: que as cadeias são escolas do crime. Para tanto mostrou casos de indivíduos com várias passagens pela cadeia e mostrou que cada vez eles estavam piores.
Vou começar pelo caso mais gritante da reportagem o do menor que com apenas 16 anos e várias internações foi apreendido recentemente pela morte à facadas de um ciclista. Destaco um trecho de reportagem do G1 sobre o caso:
Alguém realmente acha que em três meses é realmente possível implantar um projeto de sócio-educação minimamente efetivo? Dá para inferir que o menor aprendeu a cometer crimes piores em tão curto tempo internado? Ou seria mais razoável supor que piorou durante o período solto?
Quanto ao caso de Julio Cesar Guedes de Moraes, o Carambola, leiam o que a própria Veja diz:
“Moraes passou oito meses na cadeia até conseguir fugir. Voltou a roubar, assaltou bancos e acabou preso novamente. Em 1993, quando dividia pela quarta vez uma cela abarrotada de criminosos de todos os calibres, entrou para uma facção criminosa recém-criada. Fugiu, foi preso outra vez e, em 1995, assassinou três detentos a golpes de faca junto com catorze comparsas." (REVISTA VEJA Edição 2427 de 27 de maio de 2015)
De todo o tempo de vida do Carambola, quanto tempo ele EFETIVAMENTE ficou preso? Embora a reportagem não deixe claro duvido que ele tenha passado mais do que cinco anos preso SOMADAS TODAS AS PRISÕES. Como é possível inferir que ele se aprofundou no crime NA CADEIA se ele passou a maior parte da vida solto impunemente?
E a pior parte da história. Suponha que ao final de TUDO ISSO ainda se conclua que cadeia é escola do crime. A solução é simplesmente soltar ou melhorar o sistema carcerário para separar os presos graves dos presos por crimes leves, por exemplo? Ou fazer o preso trabalhar e estudar? Ou propor um tempo de internação que permita que um projeto de sócio-educação seja REALMENTE EFETIVO?

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