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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ou se critica, ou se confia. Será?

Acredito que ainda sou muito esperançoso, esperançoso por tentar discutir com simpatizantes petistas, por acreditar que ainda podemos com racionalidade e coerência discutir um ponto de vista, entretanto percebo que o debate politico no Brasil pós-eleições presidenciais de 2014 transformou os lados antes conhecidos como direita e esquerda em religiões absolutas onde não se importa mais as ações e pontos de vista e sim a defesa cega de seus gurus.
Ocorre-me que devemos estar alertas com o governo novo para que essa aura de esperança e mudança imediata não nos iluda, convém saber discernir que esperança é necessária, otimismo mais ainda, mas de forma alguma isso pode nos deixar dispersos sobre o que ocorre e como ocorre, recentemente o presidente em exercício Michel Temer resolveu recriar o ministério da cultura, sinceramente eu fico feliz com a decisão até mesmo por razões discutidas no ultimo hangout, acho medíocre estes argumentos de que artista não é vagabundo e coisas do gênero, além de sua obviedade, penso que isso é alinhar o debate por baixo, e pra mim isso é típico de petistas e não de quem realmente deseja o futuro prospero do país. Entretanto essa mudança em tão pouco tempo nos baliza que o Temer está perdido ao mudar de ideia em pouco tempo devida às pressões as quais sofreu.
Além de que ele sofre um serio agravante, é o de que seu governo vem sendo bombardeado por várias noticias fakes divulgadas em meios de pouca ou nenhuma credibilidade, por isso tudo cabe a nós saber fazer uma avaliação coerente e dar a este governo que se inicia um tempo para provar que é bom de serviço e consegue minimizar a crise (esperar seu fim seria lúdico e o mesmo que enxergar no Brasil um episódio dos ursinhos carinhosos derrotando o coração gelado), condições pra isso Temer mostrou ter, indicando para seus ministérios nomes competentes como Henrique Meirelles, Raul Jungmann e José Serra, mas ainda fico com o pé atrás em pensar que estaremos a mercê da velha politica Pemedebista quando vejo nomes de políticos envolvidos na lava jato no meio dos demais, além de manchar o nome da equipe é aquela velha história da laranja podre na cesta, ou seja, nada mais nos resta senão esperar bons resultados porém sempre alerta, o salto positivo que o impeachment representa para a democracia não pode ser perdido, mas também não pode nos ludibriar, no mais, o tempo dirá...

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Minhas perspectivas para o governo Temer

Já passei da idade de crer em fadas, duendes, gnomos ou em salvadores da pátria. Mas, apesar do meu ceticismo é impossível não ver com bons olhos o novo governo Temer. Afinal, o governo Dilma bateu recordes negativos em quase tudo o que poderia bater: uma inflação de dois dígitos como não víamos há mais de dez anos, uma situação similar para o desemprego e o recorde de maior escândalo de corrupção do país. Em um cenário como este qualquer alternativa é melhor do que a inércia, não?
Dilma alega que Temer não foi eleito mas, oras, não era ele o candidato à vice em sua própria chapa?? Então Dilma devesse ter escolhido um vice mais confiável, não?? Mas pela quantidade de gente escolhida pelo PT envolvida em escândalos de corrupção parece que escolher não tem sido o forte deles... Aliás, se o eleitor ainda não entendeu que não vota em um candidato mas em uma chapa mesmo depois de Sarney e Itamar então nosso povo é realmente muito burro!
Não aceito porém o termo golpe para o impeachment. Ao menos não sem o PT assumir que foi então golpista quando apoiou o impeachment de Collor e pediu o de FHC. Assim como o impeachment de Collor baseou-se em um mísero Fiat Elba, reconheço que dentre os diversos excelentes bons motivos para o impeachment acabou sendo utilizado o mais singelo deles, porém o mais fácil de provar. E quem não sabe que as pedaladas fiscais foram apenas a gota d'água?
O povo poderia ter facilitado as coisas e não ter ignorado as evidências da crise próxima durante as eleições mas, como sempre, eles sempre preferem a conversa dos políticos aos dados dos economistas. Aliás, se o povo tivesse um mínimo de responsabilidade um governo marcado pela inércia como o de Lula sequer teria sido reeleito!
A única coisa que me preocupa mesmo é que a esquerda, ainda que minoritária (a aprovação à Dilma já estava abaixo de 10%) queira impor Dilma pela coerção. Os protestos de ontem (11/05/2016) aqui em São Paulo mostraram bem isso. Como um grupo de menos de cinquenta pessoas fechou a principal via de São Paulo por mais de uma hora em um movimento pretensamente popular de apoio à Dilma? Ou a meia dúzia que invadiu uma pretensa fazenda de Michel Temer?
Tenho esperança que a crise de 2016 tenha deixado claro à população que remédios amargos vão ser necessários se não quisermos que o Brasil quebre como o Rio de Janeiro quebrou, deixando de pagar até o funcionalismo e os aposentados. Esse deve ser o grande embate agora: o populismo assistencialista que pensa criar dinheiro sem crescimento econômico ou a austeridade para arrumar a casa e gerar crescimento econômico e renda no longo prazo. FHC acabou com a inflação e disciplinou os gastos do Estado mas foi Lula que ficou com os louros pelas esmolas disfarçadas de programas sociais. Qual será o Brasil que os brasileiros querem: o de Macri na Argentina ou o de Maduro na Venezuela?